quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mas... e as avós ?!

Estava me questionando mais cedo sobre a posição das avós na nossa cultura. Engraçado que quando alguém diz que vc é filho da ... e xinga a sua mãe, vc vem com três pedras na mão.Como diria o Chico ".. se alguém me desafia e põe a mãe no meio, dou pernada três por quatro e nem me despenteio..". Mas e as avós ? O que eu mais ouço é: "-Ah, é a sua avó!"  "-Taca na vó ." "-Vai com a vó". Sinto que a vontade é de mandar tacar a mãe, mas canalizam isso para a pobre velhinha. Ora, avó não é mãe duas vezes ? A relação não deveria ser inversa? Vai entender... 

O que se perpetua.

Sempre que posso, me questiono sobre algo que me afete demais.
Hoje me remeti aos meus sonhos, e me peguei analisando como eles sofreram consideráveis modificações.
Fui mais pra trás, e peguei-os quando ainda prematuros... mais especificamente quando eu era pequena, e me surpreendi. De tantos, e tantos sonhos que já tive, e que no decorrer do tempo foram se adaptando as transformações que eu sofri, um desses não mudou praticamente nada. Esta por completo o mesmo.
Morar sozinha.
Me peguei mais uma vez em uma dessas lojas de móveis, construindo cada cantinho, ao ponto de que se um amigo visse a montagem, na hora identificaria "- Essa ai ? Ah, tem a cara da Deisi.".
 E me peguei delicadamente montando as cenas. Os dias, as noite chegados do trabalho, os ensaios do teatro em casa, os dias inteiros no cantinho de trabalho estudando e trabalhando nos meus projetos, as noites de amor, os jantares com a família, os dias de faxina e mudança de móveis, os verdadeiros acampamentos montados no decorrer de cada cômodo infestado de amigos bêbados... e no meio de todas essas cenas, me recordei de outro ponto crucial, eu estava sempre sozinha. Em nenhum momento casada com filhos e dois cachorros gigantescos. Talvez um namorado alojado em casa, mas so momentos maravilhosos: jantar, filme,ajuda nas gigantescas leitura de textos, artigos, livros, banho, cama. Jantar, filme,carinhos, banho, cama. Jantar, filme,risadas, banho, cama.
 Vim pra casa correndo numa chuvinha rala, e só tirei o tênis, liguei o forno, pus a lasanha pra esquentar e vim registrar essa observação esplêndida sobre um sonho sempre nutrido, ao som por acaso de uma música que é muito mais que uma identificação pessoal.

"Como um brotinho de feijão foi que um dia eu nasci,
Despertei cai no chão e com as flores cresci.
E decidi que a vida logo me daria tudo
Se eu não deixasse que o medo me apagasse no escuro.
Quando mamãe olhou pra mim, ela foi e pensou
Que um nome de passarinho me encheria de amor
Mas passarinho se não bate a asa logo pia
Eu que tinha um nome diferente já quis ser Maria
Ah, e como é bom voar ..." Passarinho- Tiê

sexta-feira, 2 de julho de 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

São coisas que eu preso.

Eu gosto. Eu gosto de tomar banho depois de acordar, de falar sozinha enquanto me arrumo, como, estudo, trabalho, durmo.Eu falo, falo, falo. Grito. Imagino. E, falo, falo, falo.
Gosto de assistir filmes, desenhos , de comer comida com banana, de capuccino no frio, de açai no calor, de legumes e vitaminas sem açucar. Eu gosto de ser boa pras pessoas, de ler um bom livro, e de cantar Raul pra lembrar do meu pai. Gosto de explorar o cenário: praia a noite, suco de melão, boa música, e (nessa parte serei sincera. Ela se modifica bastante) alguém por perto. Seja um grupo de amigos, um pintor, um ator, um escritor, enfim, o amor platônico da vez. Gosto de comer chocolate, de dançar muito e projetar meu futuro. Tenho necessidade de palco, e de ser compreendida, embora as vezes isso não aconteça, eu utilizo de espaços como este, para finalidades afins. Gosto das minúcias. De mãos, respiração, carinho nas costas, e besteira no ouvido. Gosto de pessoas que pensam grande, de feministas não extremistas, e de amigos que põe a mão na massa. Gosto de não ser julgada, e me orgulho de mim quando não julgo. Eu gosto mesmo de não julgar.
Eu amo afetar e ser afetada. Gosto quando sou percebida num lugar, e adoro não perceber quem não merece meus sincero olhares.
Eu gosto do frio na barriga de viajar, de dirigir, de jogar peteca, de entrar no palco.
Gosto de me imaginar mais velha. Independente, cheia de história pra contar, e com marcas delas.
Eu definitivamente não gosto de ter medo, mas quando o tenho, por alguns momentos eu me encolho, penso numa saída rápida, com um pré-plano B, e "levanto, sacuda a cabeça, e dou a volta por cima". Gosto de ter planos extras. E eu realmente uso do alfabeto ao meu favor. Hummm.. cheiro de café, eu amo cheiro de café. Sol de manhã, e bem a tardinha. Frio sem chuva. Gosto de relembrar velhas manias de quando criança do tipo: não pisar nas linhas do chão, cuidar das formigas, ou chorar quando batiam na parede, de falar com um amigo imaginário, e de cortar o cabelo da Barbie para mudar o visual de vez em quando.