sábado, 12 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"- CHEGA !" (Um único grito que saiu do pulmão  deixando-a rouca, assim que se esparramou pela  faringe)

Parem de gritar por trás de mim, embaixo, ao lado !
Chega ! Chega ! Chega!
Parem de me falar de dor, de miséria, de coisas que viram na TV.

Parem de tomar conta da minha vida, de querer prever meu futuro.
Parem de vasculhar minhas coisas, de possuírem meus desejos. Meus Deus, parem de usurpar minha vida. Me deixem em paz!
Não é um pedido educado, é uma ordem !
       Parem !
Parem !
                              Parem !


 "Não encosta a mão em mim !"
por dentro eu grito.
Parem com isso. Vcs vão me enlouquecer. Parem de me reprovar segundo suas aspirações. Que se danem !
To cansanda de sofrer segundo você. (Ela continuava parada. Agarrada no ferro do trem gelado. Um segurança entra. Tira uma pulseira azul do punho e joga no chão. Ela desaba com um olhar em direção ao papel. Parece só um papel no chão, mas o ato de não se importar com as outras pessoas que transitam aquele mesmo vagão é de embrulhar o estômago, e de resumir todo um dia!

Ela finalmente desce do vagão,  jurando a si mesma que quando chegasse a plataforma iria suspirar fundo, e chorar, mas fez o contrário. Nada aconteceu !! Continuou com um ódio ultra-humano dentro do peito. Encontrou um homem, com a mão na lixeira, comendo tantos outros restos. Mesmo assim, tendo tal ódio, arrancou biscoito de dentro da bolsa e lhe deu. O homem se assustou - tal qual o susto que ela estava levando com qualquer pessoa que se aproximasse decorrente de uma outra invasão, esta a mão armada - mas ao ver o gesto, agradeceu! Envergonhado.  )

Por fim, balbuciou alguns soluços. Encontrou um conhecido, quase um anjo, que tomou distância (que era o máximo de afeto que alguém poderia lhe dar naquele momento) e num ato quase heróico disse, rispidamente: "- Levanta a cabeça!"

Seus gritos voltam: "Para de invadir minhas fotografias, minhas idéias brilhantes. Não fusse nos meus e-mail's secretos, nem vista as minhas calças. Tome o máximo de distância ! Sai daqui. Me deixa. Não encosta em mim senão..."

Senão porra nenhuma ! Não pode fazer nada. Não agora.
Mas maldita seja sua memória, que daqui a uns anos irá alertá-la de que precisa de distância. De ficar longe de tudo. SÓ !
É assim que isto se sente hoje !