terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Um sonho de criança

"...Descobrir que eu rosto envolto de doce de leite e açucar maskavo, é mais agoniante do que batom da avon 24horas, e que o sol escaldante te faz preferir a chuva, ou que tanta pessoas passam ao seu lado e vc nunca se perguntou o que ela estaria fazendo, pra onde ela estaria indo, e pq os sorrisos, as caras tristes, de indiferença, amarradas, se elas ja fizeram alguma coisa que as condenem ou se ja ajudaram uma velhinha a travessar a rua
que quando vc olha em volta e percebe que mesmo com todo mundo vc esta sozinha, e que mesmo achando estar sozinha, nunca vai estar... Pq apesar de longe eu vou estar aqui, nem sempre a sua frente, mas sempre ao seu lado. Vc acha uma barraca de sementes, e começa a barganhar o preço com a vendedora imaginado o tipo de cordão, pulseira ou sabe lá mais o que poderia com tantas cores e formas
vc avista um guri bonito e imagina mil besteiras, me ve olhando pra bunda de uma gostosa qualquer e ri me chamando de safado
eu pergunto o que foi, e indago a perguntar pq vc pode admirar um cabeludo e eu não posso ver uma bunda flutuante.

Vemos artistas de rua, vc me mostra passos de bailarina, e eu minha inutilidades, vc me apresenta Mikhail Baryshnikov, eu te apresento venusvolts.
Comemos pipoca e eu me engasgo com essas malditas sementes, digo odeio pipocas, elas são do inferno, vc concorda e complementa que os mosquitos tbm são.
Tentamos invadir o museu dos escravos pois ele vive fechado
Dizemos ser do Sul, e ele nos apresenta mil coisas que ja conhecemos, mas vale a visita
sentamos no bar da esquina, onde os bebados e bohemios vão depois dos cabaret 
afogar seus prazeres que não tem a noite
e o dia acaba novamente no metro, vc deita no meu colo, e pede pra te fazer carinha cantando Ludov ou Jay Vaquer, vc cantarola comigo mas em voz baixa pois tem vergonha, eu levanto e danço poledance pra ti, só pra te ver vermelha, mas vc se empolga e eu fico sem graça, pois vc émelhor nisso do que eu.
E infelizmente chegamos a estação final, nos despedimos e cada um pro seu lado
mas lembrando do dia fantastico que passamos, mesmo que seja só na ficção, mas vale um dia na imaginação do que uma eternidade sem vc..."

Por: Paulo Victor Serzedelo Machado. 




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Baseada em fatos reais ! [2]

Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz,Luz...

Certa vez fui questionada pelo significado da Angustia. Se esta era bom ou ruim. De relance, pensei em imediato que era algo ruim. Algo que parece estar preso, abafado, inseguro, doloroso... isso é ruim. Logo depois, fui questionada se a tal angustia ruim, não seria uma fonte de inspiração ?! Ai calei-me por alguns instantes...e tive que dar o braço a torcer. Grandes obras da Cultural Mundial foram criadas em momentos de angústia. Vincent Van Gogh, por exemplo, um pintor fabuloso, que so fora prestigiado depois do seu suicídio, que decorreu de frustração profissional.
Podemos ver um outro exemplo com o trecho da música Samba da Benção- Vinícius de Moraes
"..Mas pra fazer um samba com beleza, É preciso um bocado de tristeza, É preciso um bocado de tristeza.Senão, não se faz um samba não.."

E tive que dar o braço a torcer novamente, foi um dos períodos que mais criei.
Criei espetáculos inteiros, personagens intensos... mas os perdi no ar! Talvez se eu vivesse num teatro lotado, as pessoas teriam a possibilidade de conhecer mulheres que passaram por mim nesses momentos de angústia.

Pra tentar me livrar de tudo isso que apurrinhava meu espírito, acendi um incenso e liguei um Mantra.. fiz um chá de ervas com sal grosso e Rosas Brancas, tomei um banho gelado com esponja vegetal, e fui para meu quarto. Fiz uma massagem cuidadosa em cada um dos pés, os enfiei lá com todo carinho e vontade que aquela angústia ou cansaço passasse.. Deitei na cama, e simplesmente dormi. Por alguns instantes, eu simplesmente dormi como criança. Não me preocuparia com nada durante aqueles poucos minutos ! Acordei assustada com a presença de um amigo de família em casa. Levantei correndo, me enrolei na toalha e pus uma roupa ! Pela primeira vez, conscientemente, descansei no espírito.
Acordei dopada. Enquanto dormia, ouvia nitidamente todos em volta.. mas não levantava.
Pra mim, espiritualidade. Pra muitos que leram esse post, cansaço, ou imaginação decorrente da angústia que acordei sentindo! Mas eu sei o que senti, e o que significou pra mim. Isso basta;

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Trajetória



Em um dos mil momentos de reflexão que tenho, estive analisando um pouco determinados momentos durante essa jornada incrível que é a vida.
Uau !
Quantas lembranças, estórias, felicidades, esquecimentos, amigos inseparáveis, pessoas estranhas..
Quantas vidas entrelaçadas, quantas coincidências, quantos momentos que caíram no esquecimento. Quantos almoços forçados enquanto dava nosso desenho predileto. Quantas brigas com os irmãos.Quantos banhos de borracha, praia, cachoeira... Quantas fotos das mais inusitadas caretas, e birras;Quantas brincadeiras no pátio do colégio. Quantos sorvetes depois da aula. Quantas brincadeiras no muro com a vizinha. Quantas músicas exóticas. Quantas palmadas no bumbum, e puxões de orelha. Quantas noites sem dormir. Quantas noites invadindo a cama dos pais !
Que diga eu:
Quantas manhãs acordadas pelo embalo do Dueto entre Raul Seixas e meu pai. Quantas colheradas na boca seja do almoço, lanche ou jantar. Quantos dengos do papai e da mamãe.Quantas brincadeiras na cabana improvisada na sala, com colchas e cadeiras, enquanto passava chiquititas. Quantos puxões de cabelo de coleguinhas de classe que implicavam.Quantos ensaios no pátio da paróquia com amigos de longa data. Ah, quantas paixões. Amores dos mais variados, dos que nunca passaram dos olhares, dos que chegaram ao encostar das mãos... E o primeiro beijo? Com meu melhor amigo! Quando crianças, a ética parece que se esconde. Se camufla. É tudo tão natural. Infantil. Inocente. Primeiro sutiã.Separação dos pais.Primeiro livro completo. Primeira menstruação. Primeiro amor platônico de colégio. Primeiros sonhos mais reais. Ginásio. Primeiro palavrão. Primeiro corte de cabelo. Segundo furo da orelha. Primeiro short curto e apertado para ativar os olhares dos meninos. Ah!tudo tão cautelosamente pensado e estratégicamente armado com as amigas. Primeiro 'fiu-fiu' na rua!Primeira buzinada de um carro. Primeira saída com as amigas sozinha. Primeiro beijo com direito a mãos e suspiro. Primeiro namorado sério no colegial. E ai tudo acima foi se repetindo.. se tornando mais cotidiano.Primeira formatura. Primeira despedida dos amigos de anos. Ensino médio. Responsabilidades a flor da pele. Segunda cortada de cabelo. vigésimo namorado. Umas burradas. Mais burradas. Ixiii sonhos. Sonhos. Sonhos. Realizações, com elas? Mas sonhos.. Faculdade ! Trabalho! Noivo! Término de noivado! Mas namorados.. idades distintas. Gosto diferentes. Primeira conta bancária. Aprendendo a dirigir. E assim vai..

Como um filme, tudo isso que foi vivido em tantos anos, passa em minutos. E um sorriso carinhosamente aparece no canto da boca.

Explosão !

Nem tudo sai como o programado.. às vezes as coisas se desvirtuam.Saem do fluxo que era esperado... Se atropelam. Se encontram.Se desencontram. Se eternizam. Se fundem. Se machucam..
É como o encontro de dois grandes meteoros.
Pra eles,os meteoros, talvez um estrago.. Talvez, se seguido a rota esperada, chocariam-se em um outro planeta. Um satélite. Ou até mesmo explodiriam, com a mesma intensidade que a colisão com o meteoro mencionado acima, mas por causa da velocidade que seguia, não por outro meteoro simplismente invadir seu espaço vital, se assim podemos denominar.
Para outros,como nós, uma explosão surge com esperança... uma estrela. Um sinal divino. Um sorriso. Uma lágrima.. O que um brilho no céu não pode significar, quando precisamos de uma resposta ?!

O problema em si, não é o significado. Mas como acontece.. Talvez, para os meteoros, o problema não seria explodir ou até mesmo ser interrompido. O problema é que as vezes só precisamos 'explodir sozinhos'... Sem motivo. Ou com motivos que sempre estiveram ali, só que não eram motivos pra que houvesse uma explosão daquela proporção.

Às vezes não precisamos de uma explosão no céu, para que se entenda algo ou para que a esperança volte.Às vezes, uma ligação não atendida. Um olhar que deixou de ser correspondido.Um sorriso forçado... qualquer simples ação pode desencadear num novo começo.Numa nova explosão. Em uma nova estrela.