quarta-feira, 14 de julho de 2010

O que se perpetua.

Sempre que posso, me questiono sobre algo que me afete demais.
Hoje me remeti aos meus sonhos, e me peguei analisando como eles sofreram consideráveis modificações.
Fui mais pra trás, e peguei-os quando ainda prematuros... mais especificamente quando eu era pequena, e me surpreendi. De tantos, e tantos sonhos que já tive, e que no decorrer do tempo foram se adaptando as transformações que eu sofri, um desses não mudou praticamente nada. Esta por completo o mesmo.
Morar sozinha.
Me peguei mais uma vez em uma dessas lojas de móveis, construindo cada cantinho, ao ponto de que se um amigo visse a montagem, na hora identificaria "- Essa ai ? Ah, tem a cara da Deisi.".
 E me peguei delicadamente montando as cenas. Os dias, as noite chegados do trabalho, os ensaios do teatro em casa, os dias inteiros no cantinho de trabalho estudando e trabalhando nos meus projetos, as noites de amor, os jantares com a família, os dias de faxina e mudança de móveis, os verdadeiros acampamentos montados no decorrer de cada cômodo infestado de amigos bêbados... e no meio de todas essas cenas, me recordei de outro ponto crucial, eu estava sempre sozinha. Em nenhum momento casada com filhos e dois cachorros gigantescos. Talvez um namorado alojado em casa, mas so momentos maravilhosos: jantar, filme,ajuda nas gigantescas leitura de textos, artigos, livros, banho, cama. Jantar, filme,carinhos, banho, cama. Jantar, filme,risadas, banho, cama.
 Vim pra casa correndo numa chuvinha rala, e só tirei o tênis, liguei o forno, pus a lasanha pra esquentar e vim registrar essa observação esplêndida sobre um sonho sempre nutrido, ao som por acaso de uma música que é muito mais que uma identificação pessoal.

"Como um brotinho de feijão foi que um dia eu nasci,
Despertei cai no chão e com as flores cresci.
E decidi que a vida logo me daria tudo
Se eu não deixasse que o medo me apagasse no escuro.
Quando mamãe olhou pra mim, ela foi e pensou
Que um nome de passarinho me encheria de amor
Mas passarinho se não bate a asa logo pia
Eu que tinha um nome diferente já quis ser Maria
Ah, e como é bom voar ..." Passarinho- Tiê

Um comentário:

  1. Por isso mesmo eu gostaria de te mostrar uma música que gravamos... A luz de um pequeno vulto me encontrou no trêm... Eu não me esqueci e pude encontra-la na net! Um beijo!

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