sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Baseada em fatos reais !









E ela simplesmente não ligou.

Não que não tenha sentido vontade, talvez fosse só uma forma de se proteger.
Chegou em casa umas 8 hs da manhã, tirou a roupa ainda com cheiro dele, e tomou um banho demorado.. deixou umas lágrimas cairem, e uns sorrisos aparecerem. Nada que com algumas horas de sono fossem passar. Descansou menos de duas horas, e despertou.
Pegou o vestido mais largo que encontrara e fora sair um pouco.
Manhã de sábado.Primavera. Um tempo perfeito para ficar sozinha.
Desceu até a rua, andou algumas quadras, e lá estava. O paraíso;
Um mar com uma ressaca que impressionava.
Tirou as sandálias brancas, e molhou os pés, como de costume.
Fez uma oração singela, e se sentou na areia morna.
Havia algumas crianças correndo, e alguns casais namorando. Mas desta vez, ela nem pode prestar muita atenção como sempre fizera. Estava com a cabeça cheia de coisas para parar de pensar.
O cheiro do mar impregnava seus cabelos, sua pele arrepiava devagar,as lágrimas e os sorrisos apareceram novamente, entretanto, com um outro sentido.
Ela preferiu ser imparcial. Nunca tivera tempo para não pensar em nada específico. Sempre os problemas, ou os agradecimentos para pensar no cenário predileto.
Respirava calmamente, e emitia uma melodia se balançando devagar.

(Relato pessoal)

Depois de algumas horas naquela atitude de contemplar a ressaca, e ignorar o semblante dos coadjuvastes, levantei e sai.
Voltei pelo mesmo caminho que havia chegado.
As pessoas se divertiam numa feira Hippie próxima a praia.E eu começava a me arrepender de não ter levado a câmera. Gosto de fotografar o natural.O imprevisível.

Fui pro meu apartamento, tomei outro banho, e pus meu macacão de todos os sábados. Fui pra varanda, peguei uma tela em branco, e ... não tinha nada pra pintar.
Tirei o macacão pus uma calça com blusa branca, e entrei no carro.
Dirigi ate a casa de uma amiga, e não entrei. Quando já estava entrando no carro novamente, ela me avista.
"- Ei! Já ia embora... Sai e não avisei ninguém, Jorge disse que eu não estava ?!"
"- Ah! Não, eu só vim comprar um livro, e casualmente estacionei o carro aqui. "
"- Ah, mas onde está livro ?!"
"- A livraria estava fechada." (Hesitei)
"- Sophie, a livraria está aberta desde às 9 hs. O que houve? Como se não te conhecesse!"


Nesse exato momento ela me abraça. Eu vejo Jorge saindo,e nos deixando uma casa, garrafas de vinho e uma história triste para ser retratada. Tudo o que eu não queria.

"- Sophie, o que faz aqui querida, qnto tempo !!!" disse Jorge sorrindo
"- Olá Jorge, estava por perto, e decidi parar."
"- Amor, já vai?!" disse Luciana
"- Já querida. Vamos jantar fora hoje, ok!? Te amo. Estou atrasado."
"- Ok amor! Tb te amo. Se cuida"
"- Um prazer reve-la Sophie, apareça.. "
Só fiz um sinal com as sobrancelhas... e um sorriso forçado.

Entramos. Ventava forte...e meus cabelos se embaraçavam.
Luciana, como sempre ! Tirara o casaco. E fora pra cozinha. Pegou o vinho, e taças.
E só me olhou !
Fui dizendo tudo sem detalhes.
E ri no final. Não queria ele por perto. Nem sei se aquele era o verdadeiro nome dele. Mas recordava-me daquela cena com outro protagonista.
Algumas horas passaram, e no final me fez bem ir ao encontro de Luciana, ela sempre sabe o que me dizer nesses momentos.

Final de tarde, já estava melhorando.
Fui no meu ateliê perto da praia. Entrei. Organizei umas papeladas da próxima exposição. Tirei as fotos do varal, e fui cobrindo as pinturas.

Quando sai já era noite, e lembrei da existência do celular.. decidi dar uma olhada. Algumas milhares de chamadas não atendidas... Entre elas, mensagens de um nº desconhecido.

"Tenho certeza que está sentindo o mesmo que eu. Mas isso passa! Nada como outra noite, com um outro alguém, em outro bar."

Ignorei com um nó na garganta, e aceitei o convite de uns amigos. Outro bar.
Outra situação. Outro encontro casualmente previsível.

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