domingo, 15 de novembro de 2009

Jeep amarelo.




Meu primeiro poste, quero que seja dedicado a essa história de amor linda entre cinco amigos e alguns outros, que durante o tempo foram se encaixando e abarrotando a mala desse Jeep amarelo.

A nossa história se confundi em meio a sonhos e decepções.
Fomos nos encaixando como alicerces. Como colunas. E criamos, juntos, um mundo maravilhoso, que hoje está se renovando, e assustando.
Eu sei que parece tudo tão novo.
Faculdade. Apartamento. Novos amigos.
Tudo soa de certa forma perigoso.
Quem me garante que é isso que eu quero. Eu me sinto tão nova pra desenhar a minha trajetória de vida.
Lembrei agora de uma coisa.Um dos poemas que entrou em nossas vidas, e tenho certeza que todos lembram é
Ser brotinho- Paulo Mendes campos. Esse poema nos retratava com uma certa propriedade o que somos, e escrevendo lembrei de um trecho em que ele diz..

"Eventualmente, ser brotinho é como se não fosse, sentindo-se quase a cair do galho, de tão amadurecida em todo o seu ser."

Que contraditório. Quantas vezes já nos sentimos assim. Tão maduros, que quase caímos do galho, e agora o medo bate na porta, e insiste para entrar e se fazer presente.

Lembrança. Momentos. E vontades.
Nesse momento elas passam como um filme na minha cabeça, e a minha vontade é de abraçar cada um. Dar um batom pra Mayra, um abraço forte na Marina, deixar o Jonathan beijar meu nariz, e ver o rostinho do Victor numa expressão que nos tenta passar imparcialidade sempre.

Mais não posso, e terei que me acostumar com o fato de que agora, todas as vezes que sentir essa vontade, terei que esperar uns dias, ou talvez uns meses dependendo da disponibilidade de cada um, para matar essa saudade.


Mayra- "..É esvaziar o sentido das coisas que transbordam de sentido, mas é também dar sentido de repente ao vácuo absoluto. É aguardar com paciência e frieza o momento exato de vingar-se da má amiga. É ter a bolsa cheia de pedacinhos de papel, recados que os anacolutos tornam misteriosos, anotações criptográficas sobre o tributo da natureza feminina, uma cédula de dois cruzeiros com uma sentença hermética escrita a batom, toda uma biografia esparsa que pode ser atirada de súbito ao vento que passa. Ser brotinho é a inclinação do momento.."

Jonathan- "..É dizer a palavra feia precisamente no instante em que essa palavra se faz imprescindível e tão inteligente e natural. É também falar legal e bárbaro com um timbre tão por cima das vãs agitações humanas, uma inflexão tão certa de que tudo neste mundo passa depressa e não tem a menor importância..."

Marina- "..É ainda ser brotinho chegar em casa ensopada de chuva, úmida camélia, e dizer para a mãe que veio andando devagar para molhar-se mais. É ter saído um dia com uma rosa vermelha na mão, e todo mundo pensou com piedade que ela era uma louca varrida. É ir sempre ao cinema mas com um jeito de quem não espera mais nada desta vida...Ter trazido para casa um gatinho magro que miava de fome e ter aberto uma lata de salmão para o coitado. Mas o bichinho comeu o salmão e morreu..."

Deisi- "..É querer ser rapaz de vez em quando só para vaguear sozinha de madrugada pelas ruas da cidade. Achar muito bonito um homem muito feio; achar tão simpática uma senhora tão antipática...É sentir uma vontade doida de tomar banho de mar de noite e sem roupa, completamente. É ficar eufórica à vista de uma cascata. Falar inglês sem saber verbos irregulares.. "

Victor- "..Ser brotinho é adorar. Adorar o impossível. Ser brotinho é detestar. Detestar o possível. É acordar ao meio-dia com uma cara horrível, comer somente e lentamente uma fruta meio verde, e ficar de pijama telefonando até a hora do jantar, e não jantar, e ir devorar um sanduíche americano na esquina, tão estranha é a vida sobre a Terra."

Meus eternos amigos, venho por aqui agradecer tudo.
Todo dia em que sorrimos. Todo dia em que choramos juntos. Que brigamos. Que almoçamos juntos. O dia no cine glória. A cesta da Mayra. As aposta que o Jonathan perdeu pra mim. O show do Leoni. Os dias nas bibliotecas da vida, estudando para o vestibular. Obrigada por cada abraço. Cada beijo. Cada tapa quando precisei. Cada esporro. Cada gargalhada. Cada musica da Deisi Music.
Obrigada por tudo.
Vocês são eternos, alicerces de vidro.

Amo vocês cada vez mais.

E como havia dito no começo do poste que esse poema nos retrata perfeitamente. Chegou a parte coletiva:

"Ser brotinho é não usar pintura alguma, às vezes, e ficar de cara lambida, os cabelos desarrumados como se ventasse forte, o corpo todo apagado dentro de um vestido tão de propósito sem graça, mas lançando fogo pelos olhos. Ser brotinho é lançar fogo pelos olhos...É Amanhecer chorando, anoitecer dançando."


(Ouvindo Tiê.)

"..Mas em toda a história,é nossa obrigação saber seguir em frente,
Seja lá qual direção..Me despeço dessa história e concluo: a gente segue a direção que o nosso próprio coração mandar.."
Assinado eu- Tiê.

3 comentários:

  1. "... quando tem A VONTADE DE QUERER e a certeza de que essa vontade pode ser realizar..."

    Lindo seu post, amor!
    Arrasa com seu blog, vamos escrever muito!

    UHU!

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  2. Ai Deisisinha...
    Gente, chega de post assim! Tão acabando comigo! Foi o da Marina, o do Jonathan, o seu...
    Lindo! Lindo! Lindo!
    Arrasou!

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  3. PRECISO DIZER MAIS UMA VEZ QUE ESSE POST É LINDO.
    SER BROTINHO É O NOSSO POEMA DEFINITIUVAMENTE!!
    FICOU TÃÃÃO CLARO AGORA!

    DEISIM EU TE AMO CARALHO! QUERO TE VER JÁ!

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